Prefeitura de Canoas busca apoio contra cortes do programa Assistir
Os cortes do programa Assistir, do Governo do Estado, já retiraram R$ 14 milhões de recursos que vinham sendo aplicados nos hospitais de Canoas. A instituição de saúde mais prejudicada é o Hospital Universitário, referência para mais de 130 municípios do Estado. Para evitar a continuidade dessa redução e rediscutir os critérios do programa, a Prefeitura de Canoas busca o apoio de deputados estaduais e de lideranças do município.
Nesta quinta-feira (19), uma audiência pública realizada na Câmara de Vereadores de Canoas reuniu entidades e lideranças da saúde municipal. O objetivo foi abordar as dificuldades provocadas pelos cortes de recursos do Assistir, principalmente para o HU. O tema já havia sido debatido na Assembleia Legislativa na quarta-feira (18). Na ocasião, o prefeito Jairo Jorge, o secretário de Saúde, Felipe Martini, o secretário de Relações Institucionais, Mário Cardoso, o diretor do Hospital Universitário, Mauro Sparta, e vereadores apresentaram a situação a um grupo de deputados, a fim de pedir o apoio na interlocução junto ao Governo do Estado.
Para o secretário de Saúde de Canoas, as dificuldades podem crescer ainda mais se os cortes continuarem. “Avançamos muito na saúde, fomos reconhecidos como o melhor município do Estado em atendimentos da atenção básica, organizamos a telemedicina e vamos implementar em 2024 o agendamento de consultas via WhatsApp. Estas são algumas das soluções que estamos traçando, mas muito mais precisa ser feito e isso passa pelo fortalecimento dos nossos hospitais. Portanto, cortar recursos prejudica toda a construção que vínhamos fazendo. O SUS é um sistema de saúde muito eficiente, mas precisa de equidade de recursos para funcionar plenamente, e os cortes do Assistir, aliados à defasagem da tabela do SUS, nos impedem de atuar como gostaríamos. Se os cortes do Estado seguirem, nosso sistema irá colapsar”, enfatizou Martini.
Atualmente, o ponto de corte do Assistir é a produtividade das instituições de saúde. Segundo a secretária de Gestão Hospitalar de Canoas, Juceila Dalla’Agnol, o município defende a tese de que é preciso considerar o tamanho das instituições, o número de atendimentos, os serviços disponibilizados e a abrangência. “A continuidade desses cortes levará ao fechamento de serviços e isso vai refletir em centenas de outras cidades. Este momento é importante, pois é preciso sensibilizar o Estado sobre a dimensão do nosso trabalho e responsabilidade”, ponderou.
O corte do Assistir atualmente é de R$ 1,2 milhão ao mês, podendo passar para R$ 2,4 milhões em janeiro de 2024 e R$ 3,5 milhões em outubro de 2024. A continuidade dessa redução irá desestruturar ainda mais o HU e o Hospital de Pronto Socorro de Canoas no próximo ano.
PMC