• 2 de dezembro de 2024

Neurologista Dr. Diego Dozza:: “Síndrome do Pescoço Tecnológico”

 Neurologista Dr. Diego Dozza:: “Síndrome do Pescoço Tecnológico”

Mantendo a educação sobre dor crônica, hoje falarei sobre a síndrome do pescoço tecnológico (tech neck). A tecnologia chegou para nos auxiliar nas atividades diárias, lazer e trabalho, mas com ela algumas adversidades também surgiram e devemos ter um cuidado especial com nossas crianças e adolescentes.

A cervicalgia (dor no pescoço) é um importante problema de saúde pública e vem aumentando muito nos últimos anos, principalmente nos mais jovens que ficam horas curvados sobre seus celulares, tablets ou computadores. Estima-se que cerca de 75% da população mundial fique horas por dia curvada sobre seus equipamentos com a cabeça em posição inadequada.

Muitas destas dores estão relacionadas com a tecnologia e podem ser geradas em qualquer uma das estruturas da coluna vertebral como disco intervertebral, ligamentos, músculos, articulações e nervos, sendo que na maioria dos casos nenhuma doença ou lesão é encontrada, chamando-se assim de síndrome do pescoço tecnológico. Dependendo do ângulo em que mantemos nossa cabeça, esta exerce um peso maior sobre a coluna. Assim, com uma inclinação da cabeça de 30° o peso é de cerca de 18 Kg, podendo chegar à 27 Kg quando a inclinação da cabeça é de 60°! Mantendo a cabeça em posição neutra (0° – olhar reto) esta força é de apenas 5Kg. Assim, má postura na adolescência pode levar à dor crônica na idade adulta. A incidência de cervicalgia ao longo de 1 ano é de cerca de 40% da população geral. Essa dor pode ser irradiada para a cabeça, costas e ombros.

Desse modo, percebemos a importância da manutenção da postura adequada para exercermos as atividades profissionais e, principalmente, durante o lazer no qual se utiliza algum aparelho eletrônico. Neste sentido devemos manter o celular na altura dos olhos para evitar a sobrecarga sobre a coluna. Além disso, a atividade física com o reforço da musculatura é de suma importância, pois a musculatura ajuda a proteger a coluna vertebral das sobrecargas.

Há várias complicações já observadas com esta síndrome que podem envolver os olhos (miopia, cansaço visual ou olhos secos), o coração e os pulmões (pela cifose ocasionada), a cabeça e o psicológico (irritabilidade, isolamento, queda do rendimento escolar). As crianças e adolescentes não compreendem a gravidade das lesões futuras, pois os efeitos a curto prazo não são sentidos e no momento não afetam a qualidade de vida, aumentando o temor de que jovens possam ter um futuro de dor e deficiências. O tempo de exposição aos eletrônicos permitido pelos especialistas é de no máximo 1 a 2 horas por dia.

O completo entendimento da patologia tem que ser conseguido para que se possa fazer a prevenção primária, que é a chave do tratamento. Algumas sugestões para quando se estiver usando os equipamentos são as seguintes: evitar o uso excessivo e fazer intervalos frequentes; evitar posições estáticas por longo período; posicionar o aparelho de forma que reduza o estresse sobre a cabeça/pescoço e os membros superiores; evitar movimentos repetitivos como digitação prolongada e evitar segurar equipamentos pesados ou grandes em apenas uma das mãos por longos períodos. Mas o mais importante de tudo é dialogar e dar o exemplo para o seu filho!

Locais de atendimento:

Passo Fundo – Rua Teixeira Soares 1117, sala 501, tel (54) 3622-2989/3622-2990

Palmeira das Missões –  Rua Rio Branco, 989, Sala 301, Edifício Athenas, Centro  – Tel (55) 3742-4909

Frederico Westphalen – Clínica Raimed, Rua Tenente Portela 435, tel (55) 3744-3100

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