• 5 de novembro de 2024

Neurologista Dr. Diego Dozza: Dores que Permanecem: Entendendo a Dor Crônica

 Neurologista Dr. Diego Dozza: Dores que Permanecem: Entendendo a Dor Crônica

Bom início de ano, caros leitores. Hoje, vamos conversar sobre um visitante indesejado que muitas vezes insiste em não partir: a dor crônica. Diferente da dor aguda, aquela que sentimos ao bater o dedo do pé ou cortar o dedo, a dor crônica é persistente e pode ser um enigma tanto para quem sofre quanto para nós, médicos.

Para começar, é importante entender que a dor crônica não é simplesmente uma dor que dura muito tempo. Ela é classificada como crônica quando persiste por mais de 3 meses e continua mesmo após a cura da lesão inicial que a causou.

Podemos classificar a dor crônica segundo sua fisiopatologia (nociceptiva, neuropática, nociplástica e mista), seu padrão (episódica ou contínua) e intensidade (fraca, moderada ou forte). A dor nociceptiva é aquela que surge de uma lesão tecidual, como a dor nas costas que muitos sentem após um dia exaustivo. Já a dor neuropática é resultante de um dano nos nervos, como a sensação de queimação que alguns pacientes com diabetes podem sentir nos pés. A dor nociplástica é a dor causada pela fibromialgia e enxaqueca.

Mas o que acontece no nosso corpo para que essa dor não cesse? A fisiopatologia da dor crônica é complexa e envolve alterações no modo como os sinais de dor são processados pelo sistema nervoso. O termo técnico para isso é “sensibilização central”, que é como se o sistema de alarme do corpo estivesse regulado para um volume muito mais alto do que o necessário, fazendo com que até estímulos leves sejam percebidos como dolorosos.

Além disso, a dor crônica pode vir acompanhada de outros sintomas como fadiga, alterações de humor e sono, o que sugere que a dor não é apenas uma experiência sensorial, mas um fenômeno que afeta o indivíduo como um todo, como bem foi classificada pela IASP (Associação Internacional para o Estudo da Dor): “uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada a uma lesão tecidual real ou potencial, ou descrita nos termos de tal lesão”.

Tratar a dor crônica é um desafio que demanda uma abordagem multidisciplinar, incluindo medicamentos, terapias físicas, apoio psicológico e, em alguns casos, procedimentos cirúrgicos ou de intervenção. O mais importante é não perder a esperança e buscar um especialista que possa entender e tratar a dor em sua complexidade.

Para finalizar, quero deixar uma mensagem de otimismo. A dor crônica pode ser um adversário difícil, mas com o avanço da medicina e uma melhor compreensão de suas causas e efeitos, estamos cada vez mais preparados para ajudar a aliviar esse fardo e melhorar a qualidade de vida dos nossos pacientes.

Lembre-se: viver com dor não é normal. Se você ou alguém que você conhece está sofrendo com dor por um longo período, não hesite em procurar ajuda. A dor crônica é uma condição tratável, e você não precisa enfrentá-la sozinho.

Locais de atendimento:
Passo Fundo – Rua Teixeira Soares 1117, sala 501, tel (54) 3622-2989/3622-2990
Palmeira das Missões – Rua Rio Branco, 989, Sala 301, Edifício Athenas, Centro – Tel (55) 3742-4909
Frederico Westphalen – Clínica Raimed, Rua Tenente Portela 435, tel (55) 3744-3100

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