Gerson Luís Batistella: Ciclos se iniciam, ciclos se fecham!
Todo o início de um novo ciclo, na vida das pessoas, é marcado por sonhos e desejos que remetem a um estado de euforia, de felicidade, de certeza de ter acertado na escolha, na elaboração de planos mentais que levarão a realizações, sejam materiais, emocionais ou sociais.
Assim é quando iniciamos um curso de formação educacional, uma empresa, um novo emprego, um novo cargo profissional, um cargo político, uma nova amizade ou um novo amor. No início de um novo ciclo somos tomados pela motivação, pelo sorriso nos olhos, nos lábios, no coração, ficamos ansiosos querendo que dê muito certo, que dure para sempre, que seremos aceitos sempre, que seremos muito felizes!
O tempo passa, você aprende, comemora e se frustra muitas vezes, colhe tantos sentimentos bons, conquistas, perde pessoas, oportunidades e bens, também recebe ingratidões, incompreensões. A vida é assim, não existe um roteiro perfeito, em que delineamos caminhos retilíneos, onde o improvável ou o indesejável não se fará presente. Gosto muito de uma frase: Colhemos na exata medida da qualidade da semente que plantamos! Ao longo da nossa vida, nesse plano, plantamos tantas sementes, algumas com tanto cuidado e esmero, outras, motivados pela pressa, pela ansiedade ou pela falta de empatia, as semeamos de qualquer forma.
Há uma outra frase muito emblemática e que nos remete a grandes reflexões: Há um tempo para plantar, um tempo para regar, um tempo para colher e um tempo para deixar!
Assim, como no início de um novo ciclo, plantamos, regamos e colhemos, também chega o ciclo que deve se fechar, às vezes de maneira rápida, outras mais lentamente. Aplicam-se a empregos, empresas, amizades e amores. Nesses momentos precisamos olhar para trás, para o caminho trilhado, pelas colheitas que fizemos, o bem e o amor que espalhamos, o que aprendemos com os erros, incompreensões e ingratidões! Nessa fase, estamos mais sábios, maduros, às vezes arrependidos, outras mais convictos das escolhas e decisões tomadas e a partir daí, olhar para a frente, para o novo ciclo que se apresenta e que nos espera!
Estamos continuamente iniciando e fechando ciclos em nossa vida, em todas as áreas e isso, pode soar estranho, faz um grande bem. Alguns se referem ao fechamento de ciclos como frutos da desmotivação, do cansaço, pela decepção com outras pessoas, talvez da idade não mais tão jovem e sonhadora, outros justificam pelo jeito da pessoa, por sua teimosia, ou por ser avesso a mudanças, enfim, tem tantos porquês que levam a um fechamento de ciclo, e isso varia de pessoa para pessoa.
Não podemos temer nem um novo ciclo que se vislumbra e nem aquele ciclo que deve ser fechado, seja para gerar oportunidades a outros, seja para te deixar melhor física ou mentalmente, seja para passar mensagens, mas devemos iniciar ou fechar ciclos pela nossa decisão, por se colocar acima e à frente daquela situação que não mais te agrega, te realiza, te deixa feliz ou que não contribui para que sejamos melhores.
Na música do grande Gonzaguinha há trechos instigadores: “E a vida, e a vida o que é? diga lá meu irmão, ela é a batida de um coração, é uma doce ilusão…é maravilha ou sofrimento? É alegria ou lamento? Que a vida da gente é uma nada, é uma gota, é um tempo… somos nós que fazemos a vida, como der, ou puder ou se quiser..”
A vida é um grande livro vazio que precisa ser escrito por cada um, tem um capítulo inicial, que é o nascimento, e o último capítulo que é a morte, os dois chegam para todos, o que está entre eles depende de como nós queremos escrever, como der, ou puder ou se quiser! Que teu ciclo que se inicia seja promissor e aquele ciclo que se fecha porque é chegada a hora!
Gerson Luís Batistella. Administrador CRA/RS. Professor da URI – Frederico Westphalen. Auditor de Controle Externo e Coordenador Regional do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul – TCE/RS. Pós-Graduado em Gestão de Pessoas.