• 23 de novembro de 2024

Neurologista Dr .Diego Dozza aborda o tema ‘Isolamento Social e Depressão’

 Neurologista Dr .Diego Dozza aborda o tema ‘Isolamento Social e Depressão’

Volto a falar sobre a depressão que vem assolando as famílias nesse período de isolamento social, que parece não ter fim. A depressão apresenta um diagnóstico amplo e heterogêneo. Os sintomas devem estar presentes por pelo menos duas semanas e devem ser severos na maior parte dos dias. A gravidade da doença varia com a quantidade e severidade de sintomas e o grau de perda funcional.  Apresenta geralmente um curso de remissão e nova piora dos sintomas.

Os sintomas emocionais podem ser: tristeza, ansiedade, irritabilidade, perda do prazer nas coisas, ideação suicida, falta de esperança, culpa exagerada. Os sintomas físicos podem ser: cansaço, ganho ou perda de peso, insônia ou hipersonia, disfunção sexual, dor de cabeça, dor de estômago, dor generalizada, agitação psicomotora. Os sintomas cognitivos são: desatenção, perda de memória, lentificação do pensamento e do julgamento, falta de planejamento e organização. Isso acaba afetando o relacionamento social, no trabalho e na família, criando um aspecto negativo na vida da pessoa.

O tratamento da depressão possui três fases: o tratamento agudo em que se espera a resposta à medicação, a remissão e a manutenção. A resposta ideal é ter o controle completo dos sintomas e que não haja mais síndrome depressiva no futuro. A retirada da medicação em qualquer uma das fases sem ter completado corretamente o tratamento leva ao risco da piora dos sintomas novamente. Após a fase inicial do episódio depressivo, 50% permanecerão sem sintomas e não terão novo episódio, 35% terão depressão recorrente e 15% permanecerão com a depressão sem ter controle completo dos sintomas.

Os objetivos do tratamento são conseguir a remissão (fase aguda), prevenir a recaída (tratamento de continuação) e prevenir a recorrência (fase de manutenção). A resposta é definida como melhora de 50% dos sintomas nas escalas de depressão. O risco de recaída é significativamente maior nos pacientes que respondem parcialmente à terapia comparado com aqueles que conseguem a remissão completa (76% x 25%).

O tratamento envolve o uso de antidepressivos com associação à psicoterapia. Muitas medicações podem dar efeito colateral, mas isso não deve ser uma barreira para o tratamento e deve ser discutida a troca do remédio para o adequado funcionamento. Assim, um tratamento adequado pode solucionar os problemas envolvidos com a depressão e evitar a recorrência e nunca deve ser parado sem a orientação médica. De preferência deve ser realizado o tratamento com o psiquiatra em conjunto com o psicólogo. Existe um novo tratamento adjuvante chamado estimulação magnética transcraniana (TMS), em que é aplicado um estímulo magnético sobre o córtex cerebral que gera um potencial de ação neuronal e auxilia no controle da depressão. Fique atento para o surgimento de sintomas nessa fase de pandemia e procure logo um médico para realizar o tratamento precoce!

Locais de atendimento:
Passo Fundo – Rua Teixeira Soares 1117, sala 501, tel (54) 3622-2989/3622-2990
Palmeira das Missões – Rua Rio Branco, 989, Sala 301, Edifício Athenas, Centro – Tel (55) 3742-4909
Frederico Westphalen – Clínica Raimed, Rua Tenente Portela 435, tel (55) 3744-3100

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